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A visão, um dos cinco sentidos

A visão, um dos cinco sentidos

Por José Roberto D’Abronzo

Observação inicial

Como esse estudo pretende passar conceitos, houve necessidade de repeti-los de várias formas com o objetivo exclusivo de esmiuçá-los.

Vou demonstrar que os atos de olhar, enxergar e ver são coisas distintas e, no final, como usufruir disso no dia-a-dia. Claro que eles podem ser usados como sinônimos, mas vou trabalhar na área em que não podem ser sinônimos.

CONCEITOS

A) Olhar é apenas o ato de direcionar os olhos para um lugar ou objeto.

Sendo assim, um cego dos dois olhos pode olhar? Claro que pode. Ele tem olhos que não enxergam, mas pode olhar porque tem olhos. Logo, qualquer pessoa pode olhar mesmo que seja cega. Um olho cego é um olho também.

Quem fez serviço militar ou assistiu a uma ordem unida já presenciou o comandante dirigir-se à tropa ordenando que o“Batalhão, olhe à direita!!!”

Com certeza jamais alguém ouviu uma ordem do comandante para o -“Batalhão enxergar à esquerda ou ver à direita!!!” O verbo consagrado é mesmo o olhar.

É possível uma pessoa olhar para uma direção qualquer com os olhos fechados? Pode. Não importa se esteja com os olhos fechados ou abertos. Ela pode sim olhar dessas duas maneiras.

Com esses exemplos fica demonstrado que olhar á apenas direcionar os olhos. (Se alguém quisesse ser minucioso e perguntasse: “-E se a pessoa não tivesse olhos?”Daí a solução seria colocar olhos de vidros.)

B) Enxergar é o ato dos olhos captarem imagens. O olho é apenas uma câmera que registra as imagens que chegam até o cérebro pelos nervos óticos.

Sendo assim, um cego dos dois olhos pode enxergar? Claro que não. Os olhos dele não funcionam. As duas ‘cameras’ dele não funcionam.

Assim fica demonstrado que enxergar é uma função do olho de só e somente só captar imagens.

C) Ver é usar o sentido da visão. Consciente ou não.

Sendo assim, um cego dos dois olhos pode ver? Claro que pode. Pode porque a visão é um sentido e ele pode veratravés da imaginação. Não necessitamos dos olhos para verA prova maior vem do ato de sonhar. Quando dormimos e sonhamos, ‘vemos’ imagens e até descrevemos no dia seguinte o que ‘vimos’no sonho. É importante frisar que, enquanto dormíamos e sonhávamos, estávamos de olhos fechados e no escuro, e a visão foi acionada. Não dá para admitir imagens produzidas por qualquer dos sentidos que não seja o da visão. Então, somente podemosver pela visão. Não tem como ver pelo olfato. Afirmo que quando os cegos também sonham, e os sonhos deles acontecem com imagens. Os sonhos podem revelar conflitos não resolvidos que perturbam o bem estar. É bom prestar atenção neles.

Assim fica demonstrado o que é ver.

O PASSO A PASSO DO MECANISMO DA VISÃO

O ato de enxergar é dependente do ato do olhar. Para enxergar o que está trás de mim, eu preciso necessariamenteolhar para trás. Primeiro eu olho. Direciono os olhos. Pois, ossos olhos só podem captar imagens para onde estouolhando. É nesse momento que a visão pode entrar em ação. Se prestarmos atenção vemos caso contrário não. Quem está distraído não ’, apenas olha e enxerga. É aqui que a atenção deve agir e gravar o que se olha, enxerga para poder ver. Pois ver é a visão em ação.

Dá para olhar e enxergar uma coisa, e ver outra coisa ao mesmo tempo? Claro que sim. Quantas vezes em nossas vidas isso já aconteceu? Quantas vezes nossos olhares estavam enxergando o infinito e nossas mentesvisualizavam uma solução para um problema? Quando criamos uma ferramenta, por mais simples que seja, primeiro ela nasce por intermédio da visãoNasce na imaginação. Formamos a imagem da ferramenta com a visão. Quando encontrávamos assim, estávamos olhando e enxergando uma coisa e visualizando outra.

Um oftalmologista pode cuidar da visão? Não. Não é competência dele. Ele pode cuidar da saúde dos olhos. Davisão, não. Pois, a visão é um dos cinco sentidos.

Sabendo que temos cinco sentidos, e supondo que uma pessoa depois de certo tempo ficar cega dos dois olhos, com quantossentidos ela ficará? Ficará com quatro ou com cinco? Respondo que ela continuará com os mesmos cinco. Ela perdeu apenas ascameras que a faziam enxergar. Continuará com a mesma capacidade de imaginar acordada e, quando dormir, poderá sonhar produzindo imagens da mesma forma que quando enxergava. E terá condições de contar o que sonhou com riqueza de detalhes.

A pessoa que nasce cega, quantos sentidos tem? Por mais paradoxal que seja, a pessoa cega de nascença tem cinco sentidostambém.

Já conversei com diversas pessoas cegas. Uma elas admitiu mentalmente ‘imaginar’ o Sol, mas não sabia se era do jeito que imaginava, pois nunca o tinha enxergado.

OUTROS DOIS IMPORTANTES CONCEITOS

O que é ouvir e escutar? Da mesma forma, brevemente, vou conceituá-los onde não são sinônimos.

Ouvir está relacionado com a audição audição é um sentido.

Escutar é o funcionamento do ouvido. A pessoa que não escuta é surda.

Uma pessoa surda pode ouvir? Pode. Não precisamos do ouvido para ouvir. Necessitamos dele apenas paraescutar. Tenho como provar.

Quando lembramos de uma música, ela pode ser ‘tocada’ inteirinha na nossa mente com a audição e ninguém que está próximo de nós sabe que a estamos ouvindo.

Outra prova? Quem nunca já presenciou uma pessoa falando sozinha? Naquele momento, ela estava em diálogo interno e dialogava sim. Para ela ‘responder’ em voz alta sozinha, ela estava ‘ouvindo’ seu locutor interno.

PARTE PRÁTICA

Todos esses conceitos podem ser usados de forma prática para facilitar o dia-a-dia.

Como? Sabemos que, de um modo geral, nossos aprendizados ingressam na mente pelos sentidos. Se formos estudar uma matéria utilizando um sentido, o aproveitamento é um. Se usarmos dois deles, é claro que o rendimento será melhor. E se usarmos três, podemos acelerar mais ainda.

Quais são esses sentidos?

Respondo que primeiro é o da visão, o segundo, o da audição e o terceiro o do tato.

Quando assistimos a uma aula, vemos o que há no quadro negro, ouvimos o professor e usamos o tato quando escrevemos.

Aquele que exercitar a concentração simultânea com esses três sentidos obterá melhores resultados.

José Roberto D’Abronzo

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